“Quem vê as fotos não imagina o trabalho que está por trás”

O engenheiro civil comprou novo equipamento e deu início aos testes e experiências. “Sempre fui muito autodidata, mas ali tinha uma hipótese de aprender com profissionais e aproveitava todos os momentos para testar o que me tinham passado. Fotografava sempre com muito cuidado”, confessa. A “cobaia”, explica, acabou por ser a sua filha Beatriz, que nasceu pouco tempo após a primeira formação, e acabou por lhe despertar o interesse pela fotografia infantil, na qual é especialista atualmente. Para continuar a praticar, decidiu então oferecer sessões “amadoras a amigos e familiares com filhos pequenos.” Assim, com várias tentativas e algum apoio das pessoas mais próximas, o fotógrafo conseguiu evoluir e desenvolver técnicas profissionais.

Rui diz conseguir criar empatia, facilmente, com crianças, embora admita não ser fácil: “É preciso ter muita paciência para estabelecer um vínculo. Às vezes, é um verdadeiro desafio! Mas gosto, especialmente, de newborn, ou a partir dos nove meses. Acho que são as fases mais engraçadas e que resultam em sessões melhores!”

Além de sessões em estúdio, o orçamentista do Grupo Casais também faz reportagem social de batizado, juntamente com um parceiro de vídeo, e sessões pré-natal. Já recebeu alguns convites para fotografar casamentos, mas, confessa, quer focar-se mais em recém-nascidos. “Quem vê as fotos não imagina o trabalho que está por trás”, explica o engenheiro civil. Uma sessão de “newborn”, por exemplo, demora uma semana a editar. “Muitas vezes, é preciso retocar a pele dos bebés, pois ainda têm dias de vida. Além disso, é necessário criar todo um ambiente, mudar o fundo, mexer nas cores… A imagem exige outra composição”, explica.

Durante um ano, o Rui pôs a engenharia civil em pausa e dedicou-se, exclusivamente, à fotografia. Vivia para a paixão de fotografar e essa acabou por ser a sua principal atividade financeira. Abriu um estúdio, onde fazia as sessões e geria a agenda de forma a conseguir ter o fim de semana para a família. Contudo, desde maio, e depois de aceitar o desafio no Grupo Casais, o tempo escasseia, lamenta. “Às vezes, até à hora de almoço edito fotos! Exige muito mais organização da minha parte e, como trabalho sozinho, a família acaba por sair prejudicada. Embora agora a minha companheira já comece a ajudar-me. Costumo dizer que durante a semana sou engenheiro, ao fim de semana sou fotógrafo. Aproveito todos os momentos que tenho para dedicar à fotografia.”, afirma.

O orçamentista da Metalser admite que nunca pensou evoluir tanto e ter tanto trabalho. Mas, revela, é tudo fruto do empenho e esforço que dedica: “Foi um salto muito grande”. Apesar da vida ocupada, e da necessidade de organização extra, o engenheiro civil não pensa desistir da fotografia. “Depois de começar, não é possível parar. Fotografia é sentimento e eu sou números. Com a fotografia, estou mais em contacto com a alma. Isto, para mim, é mais do que uma atividade profissional”, conclui.