Entrevista #17

19 de dezembro 2016

 

Rúben Teixeira

ENGENHEIRO ELETROTÉCNICO | MÚSICO

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Música no Coração

Nacionalidade: Portuguesa

Naturalidade: Póvoa de Varzim

Idade: 29

Função: Diretor de Obra

No Grupo Casais desde 2011

Em que mercados/empresas do Grupo já trabalhaste? Undel (Portugal) e EIA (Angola)

 

Lema de vida: Não diria que tenho um lema, mas gosto de uma frase que posso destacar: “Não chores porque acabou, sorri porque aconteceu”

O que começou como uma experiência, depressa se transformou numa paixão. Ainda em tenra idade, Rúben trocou a chupeta pelo tambor, oferecido pela avó. Aos 11 anos enveredou no mundo da música, iniciando os estudos em trompete. Sacrifícios, decisões e escolhas que podem ser demais para uma criança, mas, no fim, tudo compensa ao pisar o palco.

 

“Os meus pais aperceberam-se que eu tinha um bom sentido rítmico e melódico e inscreveram-me na Associação da Banda Musical da Póvoa de Varzim (ABMPV), onde tive as primeiras aulas de música, e comecei os meus estudos no Conservatório”, relembra o engenheiro eletrotécnico. Hoje, conta já 17 anos no mundo das pautas e notas musicais. Entre amigos e conhecidos, Rúben admite que a Banda é uma espécie de “família”. “Tenho pessoas que se lembram de mim em todas as fases da minha vida: desde criança, até hoje. É engraçada a relação que se constrói”, confessa.

 

A trabalhar no setor da construção civil, na especialidade de instalações elétricas, o diretor de obra divide o seu tempo entre a empresa Undel, a família e a Banda. Apesar de ser um “extra”, como refere, esta atividade exige tempo, paciência e muita prática. Com cerca de 50 elementos, na Banda todos sabem que a noite de sexta-feira é passada no meio de instrumentos e acordes. Por parte da família, que acompanha o jovem músico em alguns concertos e atuações, existe compreensão e apoio. “A música faz parte da minha vida. Para ser músico, as pessoas à volta têm de estar cientes disso”, explica.

“A música faz parte da minha vida. Para ser músico, as pessoas à volta têm de estar cientes disso”

Mas esta gestão nem sempre foi fácil: “Quando és criança sabes que não podes ir brincar. Convives com pessoas mais velhas. E, aos fins-de-semana, em vez de jogares à bola, sabes que tens de estar a praticar com a Banda até tarde. É um esforço teu… e dos teus pais!”

 

Foi também no mundo da música que Rúben descobriu a composição. “Quando comecei a ter aulas, fiquei bastante interessado. Entre alguns trabalhos cheguei a compor para um concurso no CCB, no âmbito de ‘Os Dias da Música’, e continuei a alimentar esta paixão até ao segundo ano de faculdade… Até cheguei a ponderar seguir música profissionalmente!”, conclui. Mas a Engenharia acabou por falar mais alto: “Tenho consciência de que não era um instrumentista exímio, mas na composição tinha um feedback muito positivo por parte dos professores.”

 

Durante dois anos, enquanto terminava o ensino superior, Rúben foi professor de Educação Musical, no ensino extra curricular: “Foi uma experiência da qual eu gostei bastante, principalmente pela convivência e evolução que notei nos mais pequenos, num curto espaço de tempo.”

 

Hoje, o calendário da ABMPV tem o seu pico de abril a setembro, entre procissões, concertos e atividades do município. Durante o verão, a Banda realiza três concertos junto ao Casino da Póvoa, finalizando com um de gala na altura do Natal do Cineteatro Garret.

 

Em 2015 participaram no II Concurso de Bandas Filarmónicas Cidade de Braga, onde arrecadaram o 4º lugar. Também em 2016, no Concurso Internacional de Bandas – Filarmonia d´Ouro onde, ficaram em 3º lugar, com classificação de 2º prémio.

 

Para Rúben, a música surge na sua vida de uma forma muito natural e quase orgânica: “Com o passar do tempo, o instrumento passa a ser um apêndice, uma parte do teu corpo. Sem ti, ele não toca e tu, sem ele, não funcionas.” No final das contas, o balanço é positivo. No que depender do músico, o futuro irá ser construído ao som do seu trompete, provocando sensações e trabalhando todos os cinco sentidos do corpo humano.

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