Entrevista #6

18 de janeiro 2016

 

Rita Vilaça

TÉCNICA DE COMUNICAÇÃO  |  VOLUNTÁRIA

_

 

Beauty & the Beasts

 

 

Lema de vida

“Todo mundo quer viver em cima da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta.”

Gabriel Garcia Marquez

Nacionalidade: Portuguesa

Naturalidade: Felgueiras

Idade: 25

Função: Técnica de Comunicação, CASP

No Grupo Casais desde 2015

“Um animal precisa de muito pouco para ser feliz”. É com esta simplicidade que Rita descreve a grande diferença entre os animais e os seres humanos. Na sua opinião, é muito mais “fácil trazer felicidade aos animais do que às pessoas”.

 

Rita Vilaça é estagiária do Departamento de Marketing, Imagem e Comunicação do Grupo Casais e vive com dois amores, entre os quais o relacionamento é o elo comum. Na comunicação, os desafios são a ligação e a articulação com as pessoas. Fora do trabalho, no voluntariado junto dos animais abandonados, “o instrumento essencial é o estofo emocional”, revela. Se a relação com o animal é de uma beleza e unicidade ímpares, assistir à degradação que os seres humanos diariamente conseguem impor aos animais, pode por outro lado, revelar uma crueldade impensável e abalar o equilíbrio emocional.

Rita recorda-se desde sempre de ter animais em casa. O Jiló é a sua primeira memória quando se fala de animais de estimação. Desde aí, cresceu a acreditar que um animal de estimação “arranca sorrisos a um ser humano, mesmo quando este menos espera ou acredita não ser possível”.

 

Por isso, não hesitou quando lhe propuseram uma parceria, em 2012, para a criação de um grupo de apoio a animais de rua, em Felgueiras. Rita meteu os pés ao caminho e arregaçou as mangas porque “há animais que só estão habituados a serem maltratados por seres humanos. É precisa muita paciência, pois são naturalmente agressivos” e os processos de socialização, depois de serem recolhidos da rua, são frequentemente morosos e difíceis.

“É muito comum encontrar reações agressivas e negativas em relação ao nosso trabalho, especialmente durante as campanhas de recolha de alimentos”

Atualmente, a Rita Vilaça é voluntária no Grupo dos Amigos dos Animais de Felgueiras (GAAF) mas já fez voluntariado na Midas, recolhendo alimentos e outros bens necessários. Prefere ajudar associações mais locais pois “são as que não têm grandes apoios e que precisam mais do contributo dos voluntários”.

A dedicação aos animais, nos tempos livres e aos fins de semana, divide-se entre variadas tarefas: participação em campanhas de recolha de alimentos e outros materiais necessários, limpeza de espaços do canil, apoio no tratamento e socialização dos animais, consultas no veterinário, encaminhamento de processos de adoção, divulgação dos animais acolhidos no canil, mas também, em casa, pois a Rita já foi Família de Acolhimento Temporária (FAT) de mais de 20 cães e gatos.

 

“Ter um canil com condições adequadas para os animais estarem confortáveis” é o sonho da Rita que sabe que eliminar o abandono dos animais só seria possível para a lâmpada mágica do Aladino!

No nosso mundo, os estereótipos sociais atingem até os animais de estimação, pois “cães e gatos pretos ninguém quer… e fêmeas só depois de serem castradas é que são mais facilmente adotadas”.

 

A dona da Mila (cadela), do Ruca (cão), do Maat (cão) e do Sebastião (gato), partilha esta vontade de ajudar os animais de rua com cerca de mais 10 voluntários, que formam o GAAF e que, neste momento, tratam mais de 30 cães.

 

A sensibilização e compreensão da comunidade em geral para o flagelo dos animais de rua é outra grande dificuldade do dia a dia de um voluntário desta causa. “É muito comum encontrar reações agressivas e negativas em relação ao nosso trabalho, especialmente durante as campanhas de recolha de alimentos”, revela Rita. Na ausência da lâmpada do Aladino, a persistência é uma característica essencial para um voluntário, e a melhor resposta é “fazer bem sem olhar a quem” e ter a consciência de que “hoje é preciso ajudar um animal porque é necessário e é importante ter um mundo melhor mas se, ao virar a esquina, encontrar uma pessoa que precisa de ajuda, estende-se também a mão”, concretiza a voluntária.

 

Se ao virar a esquina a Rita Vilaça encontrasse, realmente, a lâmpada do Aladino, não hesitaria nos três desejos que gostaria que fossem concretizados. Contudo, o mundo real não é um conto de fadas e o mais certo é todos termos, bem perto de nós, alguém que precisa de ajuda. Por isso mesmo, a Rita Vilaça também faz voluntariado semanalmente no Refood, em Braga. E, no fim do dia, o que importa “é fazer a diferença” na vida de alguém!

Mais informações sobre o projeto que a Rita Vilaça apoia:

 

GAAF - Grupo dos Amigos dos Animais de Felgueiras

www.facebook.com/aaafelgueiras

© 2018 GRUPO CASAIS

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS