Entrevista #28

20 de novembro 2017

 

Pedro Carneiro

ARQUITETO | MÚSICO

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Música para a Alma

 

Nacionalidade: Portuguesa

Naturalidade: Braga

Idade: 27

Função: Arquiteto

No Grupo Casais desde julho de 2017

Em que mercados/empresas do Grupo já trabalhaste? Casais Engenharia e Construção

 

Lema de vida: Parafraseando o enorme Agostinho da Silva: ‘É necessário que vejamos o futuro como algo impossível de realizar mas sobretudo como uma coisa possibilíssima de ser ultrapassada de tal maneira que nem a pudéssemos entender.’

A paixão pela música foi-lhe incutida pela família, onde aprender um instrumento fazia parte da tradição. Os pais sempre o incentivaram, inscreveram-no numa escola de música, ofereceram-lhe instrumentos e acompanharam a sua evolução, assistindo aos concertos e atuações. Começou por aprender a tocar guitarra clássica com 12 anos. Depressa começou a participar nos espetáculos da escola e a ganhar gosto pelo palco. Hoje adora “coisas com cordas”, desde a guitarra clássica e elétrica ao cavaquinho e ukulele.

 

Pedro Carneiro, arquiteto da Casais, tinha o sonho de criar uma banda. Foi crescendo e discutindo isso com os amigos, mas estes não partilhavam a mesma paixão. Só quando chegou à universidade é que encontrou as suas “almas gémeas”, com o mesmo gosto pela música. Juntaram-se e criaram os Angúria, uma banda de garagem que, ironicamente, começou no sótão.

O arquiteto confessa que, mais do que mostrar a sua arte ao Mundo, quer que as pessoas entendam a mensagem.

Os Angúria eram compostos por 6 elementos: voz, guitarra, piano, sintetizador, baixo e bateria. Os membros seguiam estilos musicais muito diferentes, pelo que a música acabava por ser uma mistura, desde o Funk, Rock, Rock Progressivo, Jazz... Ainda tentaram gravar um EP (Extended Play) mas não conseguiam concordar num único estilo.

 

O seu primeiro concerto, conta, acabou “de esfregona na mão”. Estavam a tocar num bar, que se situava na cave quando, a meio da atuação, o dono grita dizendo que estava tudo a inundar. Alguém se tinha esquecido de fechar a torneira!

 

Durante o tempo que os Angúria estiveram juntos, tocaram nos mais diversos espaços: bares, festivais (como o Warm Up do Paredes de Coura), Theatro Circo, e até mesmo na rua! A convite de outra banda, foram ter ao centro da cidade de Braga, pensando que iriam atuar em algum café ou bar. Quando chegaram, e para sua surpresa, a banda organizadora tinha montado colunas, amplificadores e um gerador em cima de uns carrinhos, para que se fizesse um concerto ambulante. “Foi uma experiência incrível! No início, quando os vi chegar, não queria acreditar mas, no final, adorei!” Os Angúria tiveram um fim quando Pedro e Fá (vocalista da banda) se mudaram para Viena.

 

Na Áustria o arquiteto não deixou morrer o seu sonho. “Nasceu a Sopa d’Alma, uma banda com alma Portuguesa”, explica. Os dois artistas descrevem-na como uma “sopa de estilos, um novo conceito de música portuguesa, cozinhada em caldeirões e panelas lusitanas para ser servida nas ruas e casas de Portugal.”

 

Enquanto ainda estavam em Viena, atuaram em feiras internacionais, representando Portugal, e ainda numa feira de produtos portugueses, num dos melhores hotéis da cidade. Entretanto, voltaram a Portugal e criaram um álbum sobre o que os motivou a mudarem-se para Áustria. Todas as músicas são originais. Pedro compõe a letra e a música. A maior parte, confessa, reflete a sua vida e é uma visão da sociedade.

 

O arquiteto confessa que, mais do que mostrar a sua arte ao Mundo, quer que as pessoas entendam a mensagem. Neste momento já têm planos para alargar a banda e trazer novos elementos. Os temas também já estão em desenvolvimento e falam de uma intervenção na sociedade.

 

Para Pedro, os concertos e festivais são uma aventura. O ambiente vivido é de animação e têm a oportunidade de conhecer novas bandas, novas pessoas e criar amizades para a vida. Mas nem sempre os concertos correm bem: já tocou para salas vazias, já teve de cancelar concertos por falta de instrumentos, e já apanhou choques elétricos com o microfone, que o impediram de continuar a cantar. Contudo, nada disto o demoveu.

Relembra uma situação divertida: “Uma vez estávamos a atuar num bar e, a meio do concerto, o cozinheiro pediu-nos para tocar mais baixo, porque o som estava a fazer com que os copos e as garrafas vibrassem e as bebidas se entornassem nas pessoas”.

 

O sonho de seguir uma carreira musical continua. Um dia, Pedro gostava de compor, criar e produzir os seus próprios álbuns. Enquanto esse momento não chega, vai continuando a criar projetos na Casais, e a distribuir a sua Sopa d’Alma nos tempos livres.

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