Entrevista #31

19 de fevereiro 2018

 

Nuno Marques

PREPARADOR DE OBRA | TREINADOR DE FUTEBOL

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A Construir um Mundo de Chuteiras nos Pés

Nacionalidade: Portuguesa

Naturalidade: Lisboa

Idade: 44

Função: Preparador de Obra

No Grupo Casais desde março 2015

Em que mercados/empresas do Grupo já trabalhaste? Casais Brasil

 

Lema de vida: Não tenho especificamente um lema de vida, rejo-me por tentar agir de um modo mais correto no capítulo do respeito e da idoneidade.

Para Nuno, o campo é a sua obra e a bola a única ferramenta de que precisa para fazer magia. Aos dez anos, o preparador de obra da Casais, participou nos treinos de captação do Sacavenense. Começou logo a destacar-se das restantes crianças com os seus passes. Foi num jogo contra o Sporting que Nuno despertou a atenção dos técnicos da equipa adversária. Mais tarde, foi chamado para jogar nos verdes, onde se manteve durante oito anos. Durante este período, jogou pela Seleção Nacional (Sub 15, Sub 16 e Sub 17) e até foi pré-convocado para o Mundial de Júniores em 91, em Portugal! Durante o seu percurso no Sporting, aprendeu muito mais do que apenas a jogar futebol: cresceu, adquiriu novos valores e descobriu toda uma vida por trás do futebol.

 

Contudo, o seu sonho de ser jogador de futebol foi interrompido por uma lesão: uma rotura total de ligamentos no joelho fez com que ficasse afastado durante um ano e meio. Após a recuperação, foi emprestado pelo Sporting ao Académico de Viseu, onde não ficou muito tempo. Infelizmente, Nuno nunca recuperou a 100% da lesão e, devido às dores constantes no joelho, acabou mesmo por desistir.

Durante o seu percurso no Sporting, aprendeu muito mais do que apenas a jogar futebol: cresceu, adquiriu novos valores e descobriu toda uma vida por trás do futebol.

Embora tenha deixado o futebol profissional para trás, nunca perdeu a ligação com a modalidade. Alguns anos mais tarde, num jogo de futsal com colegas, convidaram-no a ser treinador, uma vez que já tinha o curso de nível C1 e C2. O preparador da Casais foi assistir a um treino e acabou por gostar do ambiente. Pouco tempo depois, começou a treinar as camadas de infantis/iniciados do Amora FC. A sua experiência como treinador correu tão bem que, no ano seguinte, foi treinar as camadas mais jovens do Grupo Desportivo do Fabril. E, desde 2009 se mantém fiel ao clube.

 

Confessa que, um dia, gostaria de treinar as camadas seniores. A metodologia de treino é mais fácil, acredita, "são mais disciplinados e respeitadores", confessa. "Quando são mais pequeninos não é tão fácil. São mais irrequietos e é preciso chamar muitas vezes à atenção. Mas é engraçado", conclui o ex-jogador.

 

Todos os dias, Nuno aprende algo novo. As crianças têm expressões diferentes das dos adultos, explica. Ensinar crianças é uma arte: "No início de cada época gosto de juntar os pais. Conhecê-los melhor, entendê-los e saber como é o aproveitamento escolar das crianças". Nuno não é apenas um treinador, é também um amigo e um educador. Trouxe essa experiência do Sporting. "Lá, eles não se preocupavam apenas com o resultado final do jogo, mas também com a realidade da criança e com o seu desenvolvimento como ser humano", recorda. E isto acaba por ter uma grande influência dentro e fora do jogo. O preparador da Casais procura constantemente bons resultados, dentro e fora de campo. Nuno acredita que só assim é possível as crianças tornarem-se melhores pessoas, aprendendo e esforçando-se.

 

"Sou daqueles treinadores que não pode perder um jogo. Estou sempre a dar incentivos e a gesticular com as mãos!", confessa. Houve até um pai que filmou a reação de Nuno durante os jogos: "Mais tarde vi o vídeo, e as minhas reações não eram normais! Eu gritava, saltava e, quando marcaram golo, todos saltaram para cima de mim! É este tipo de paixão", graceja o treinador.

 

Nuno confessa que é mais fácil estar em campo do que fora dele e tenta passar aos seus jogadores os valores que também aprendeu como jogador, com os seus treinadores no Sporting, Fernando Mendes e Hilário. "Foram as minhas grandes inspirações", revela. A nível nacional, admira ainda Leonardo Jardim e Marco Silva, numa escola mundial, Alex Ferguson, Mauricios Pochettino e Jurgem Klopp.

 

Houve uma altura na vida em que pensou ser treinador a tempo inteiro. No entanto, surgiram alguns contratempos que o impediram de aproveitar esta oportunidade. Atualmente, é feliz com a sua profissão, sem nunca descartar outras oportunidades, pois "nunca se sabe o que o futuro reserva".

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