Entrevista #30
22 de janeiro 2018
Margarida Nunes
ENGENHEIRA CIVIL | VOLUNTÁRIA
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Juntos Construímos um Mundo Melhor
Nacionalidade: Portuguesa
Naturalidade: Évora
Idade: 25
Função: Estagiária - Programa Arte e Engenho
No Grupo Casais desde junho de 2017
Em que mercados/empresas do Grupo já trabalhaste? Casais Engenharia e Construção
Lema de vida: Aproveitar todos os momentos!
Margarida cresceu a sonhar ser bailarina. Aos quatro anos, os pais inscreveram-na no Ballet. Desde aí já dançou Sevilhanas e, mais recentemente, Jazz Recreativo. Participou em vários espetáculos, concursos e apresentações. E foi entre estudos e dança que encaixou a natação sincronizada. No entanto, o Mundo dá muitas voltas e Margarida acabou por saltar para um ambiente diferente, de tijolos e cimento. Aos 18 anos escolheu Engenharia Civil, e não se arrepende, gosta de "pôr as mãos na massa", literalmente.
Quando ainda estudava no ensino básico, aproveitava o tempo livre ajudando os outros. Começou por fazer voluntariado no Banco Alimentar Contra a Fome, a recolher alimentos nos hipermercados. Durante cinco anos, contribuiu com o seu tempo em todas as campanhas.
“No final das aulas os alunos ficavam à conversa connosco, queriam saber mais, aprender português, inglês e conhecer a nossa cultura. Fiz amigos para a vida!”
Chegou à Universidade e queria fazer mais. No último ano de Engenharia Civil, enquanto escrevia a sua tese, conheceu a 'Just a Change', uma Associação sem fins lucrativos que reabilita casas de pessoas carenciadas, e que tem como principal objetivo combater a pobreza habitacional em Portugal. Este projeto aliava, então, a sua vontade de ajudar o próximo e o gosto pela Engenharia Civil. Com a associação, Margarida ajudou a reconstruir casas e vidas! Os materiais eram doados por empresas e, com a ajuda de um encarregado de obra, os voluntários erguiam habitações.
Mais tarde, enquanto procurava uma ocupação para as férias de verão, conheceu o 'MOVE', uma ONG que auxilia empreendedores de países em desenvolvimento a criar um Mundo onde as ideias e o trabalho têm um retorno justo. Acompanham a fase inicial de implementação de um plano de negócios ou de uma ideia inovadora. Margarida procurava apenas um projeto para a manter ocupada durante três meses, mas acabou por ficar seis em Timor. Quando foi selecionada aceitou sem olhar para trás. Colocou os estudos em pausa e partiu à descoberta de empreendedores, com mais três colegas.
Começou por dar aulas de Gestão e Empreendedorismo na Faculdade de Economia da Universidade de Timor Lorossae: "Estava com medo, nunca tinha dado aulas. Gestão não era a minha formação base e não sabia como seria a reação dos alunos, mas acabou por correr melhor do que previa". A Engenheira Civil recorda, com alguma nostalgia: "No final das aulas os alunos ficavam à conversa connosco, queriam saber mais, aprender português, inglês e conhecer a nossa cultura. Fiz amigos para a vida! Os timorenses eram muito acolhedores, queriam sempre combinar encontros e ofereciam-nos de tudo. Até nos convidavam para os seus casamentos…!".
Além da aventura como professora, esteve ainda presente no Instituto de Apoio ao Desenvolvimento Empresarial (IADE) de Timor, onde analisava a viabilidade dos projetos. Aqueles projetos que o IADE rejeitava, mas que Margarida achava que poderiam ser implementados, reencaminhava-os para o MOVE, onde podiam ser desenvolvidos com a ajuda de voluntários. A última etapa em Timor foi na SportsImpact, uma organização que promovia o desenvolvimento humano através do desporto. O desafio era fazer a chegar o desporto às comunidades.
Mas a experiência em Timor não foi só trabalho. Recorda uma viagem, em específico, entre Díli e Ataúro, que durou três horas de barco. Quando chegou ao cais, e enquanto entrava no pequeno barco de pescadores, ouviu uma explosão de água: "Olhei para todos os lados e vi uma baleia enorme, magnífica. Depois o barco começou a navegar e tivemos uma visão deslumbrante do pôr-do-sol na água. Logo à frente vimos golfinhos a saltar. Nunca na minha vida tinha passado por algo tão intenso!".
Voltou de Timor com um aperto no coração, sentia falta das pessoas, do carinho com que a receberam e dos projetos que ajudou a desenvolver. Tinha sido uma experiência marcante. Admite que gostaria de lá voltar um dia, ou mesmo voltar a fazer voluntariado.
Já em Portugal, continua ligada ao MOVE. Esteve no departamento de Recrutamento e hoje está no Marketing, onde desenvolve ações relacionadas com a organização de eventos e divulgação da marca. O facto de estar longe de Lisboa e a trabalhar, condiciona o tempo que tem disponível para o voluntariado. Contudo, com o seu retorno a Lisboa, regressa também com mais tempo e energia para fazer mais e melhor na MOVE!
Sabe mais sobre estas instituições:
Banco Alimentar - www.bancoalimentar.pt
Just a Change - www.justachange.pt
MOVE - moveong.pt
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