Entrevista #12
18 de julho 2016
Jorge Soares
ENGENHEIRO CIVIL | MÁGICO
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Do you believe in magic?
Lema de vida
Cada dia é um privilégio que te é dado, por isso aproveita-o bem.
Nacionalidade: Portuguesa
Naturalidade: Angolana
Idade: 51
Profissão: Engenheiro Civil
Função: Diretor de Produção - CASAIS
No Grupo Casais desde 2014
Não esperou pela carta de Hogwarts, nem pela coruja-das-neves. Não se lançou pela plataforma 9 ¾, nem encontrou a pedra filosofal. Mas não é por isso que a sua estória é menos mágica. Jorge Soares, diretor de produção da Casais, deixa a ficção de lado. Para ele, a magia existe, e é bem real! Esta paixão, diz o aprendiz, nasceu para “explicar o inexplicável”.
Alimenta-se de aplausos, de caras estupefactas, de “não acreditos”, de “isto não é possível” e, a sua favorita: “A magia existe mesmo!”. E pensar que tudo começou no aeroporto em Las Vegas, enquanto esperava por um voo: “Reparei num grupo de mágicos que estava a fazer uns truques para entreter os passageiros, enquanto não embarcavam. Fiquei completamente absorto naquele espetáculo, e o meu primeiro pensamento foi: ‘Tenho de descobrir como é que aquilo se faz!’”. Persistente e de ideias fixas, Jorge aprendeu alguns truques em Londres, na Hamleys-magia e, mais tarde, inscreveu-se na Escola de Magia do Porto, onde é aluno desde 2014 e onde já atingiu o último nível.
“Achava que não havia nada mais complicado do que a engenharia. Mas isso foi até descobrir a magia”
Hoje, os palcos são onde se transforma. A família é a sua cobaia e os amigos são os fãs incondicionais. Joana, a sua filha de cinco anos é, sem dúvida, a sua maior admiradora e até no colégio já todos conhecem o seu “pai-mágico”. Na escola de magia, onde as aulas são aos domingos à tarde e há testes teóricos e muito esforço mental. “Achava que não havia nada mais complicado do que a engenharia. Mas isso foi até descobrir a magia”, revela. No entanto, o trabalho de um mágico não se faz só quando a cortina levanta… É o que está por trás que torna esta atividade, misteriosamente, fantástica.
Como se de um quebra-cabeças se tratasse, Jorge explica que o professor faz o truque na aula. Os alunos, atentos e empenhados, escrevem-no, esmiuçando cada pormenor. Mas a verdadeira magia vem depois: quando, em casa, tentam decifrá-lo. “Há um trabalho de backstage incrível. É preciso estar tudo preparado ao milímetro”, garante. “No fundo, a magia é muito semelhante à engenharia. E, para ter sucesso, também é preciso pensar fora da caixa”, afirma. Graças à magia, passou a acreditar em coisas impossíveis e não gere com facilidade o “não” como resposta. “Aprendi a procurar soluções, mesmo onde parecem não existir”, conclui.
E, enquanto fala, ao longo da entrevista, Jorge faz desaparecer moedas e aparecer notas, ‘evapora’ elásticos e tira lenços vermelhos da palma da mão. Incrível. “Quando vou jantar com um grupo de amigos, tenho sempre de levar alguns truques preparados”, confessa. Criatividade e boa comunicação são os ingredientes chave. Positivismo e imaginação os seus maiores aliados. “Não vale a pena procurar justificações técnicas para a magia. Existe e ponto final. O que seria de mim se não existisse?”, brinca... ou talvez não.
Se, por magia, tudo fosse possível, e apesar de dizer adorar a sua profissão, Jorge trocava a vasta experiência sobre obras e cimento pela motivação dos palcos e o universo das varinhas. Substituía o foco nas obras pelo foco nas pessoas. Mais do que um passatempo, é uma necessidade, cada vez maior. “Deve ser da idade”, graceja.
“O Mundo precisa de acreditar em algo mágico, para poder esquecer as coisas menos boas da vida. E a verdade é que as pessoas querem e precisam acreditar que, algures, existe mesmo um lugar feito de criaturas fantásticas”, assegura, com toda a certeza.
Agora, este vício já lhe “está no sangue”, revela. Quando se atravessa a porta do guarda-fatos e se entra neste mundo mágico, não há volta a dar. Quando a caixa de Pandora é aberta, já não é possível parar. “Para mim, a magia é muito mais do que um ‘escape’ ou um hobbie: é o Mundo onde procuro fazer todos sorrir… E pode lá haver melhor do que isso?”
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