Entrevista #16
21 de novembro 2016
Henrique Rios
ENGENHEIRO CIVIL | MÚSICO
_
Música para os nossos ouvidos
Nacionalidade: Portuguesa
Naturalidade: Massarelos, Porto
Idade: 26
Função: Diretor de Obra
No Grupo Casais desde 2016
Em que mercados/empresas do Grupo já trabalhaste? Casais Engenharia e Construção e, atualmente, CNT Bélgica.
Lema de vida: Ajuda os outros como gostavas que te ajudassem
Entre o barulho das máquinas e a robustez dos edifícios, Henrique, engenheiro civil na CNT Bélgica, consegue encontrar uma melodia. Pode ser Beethoven, Bach ou Mozart, Tchaikovsky ou Chopin. Tanto faz. Desde a 9ª Sinfonia à Toccata, as músicas são clássicas e o violino é a estrela.
Com atuações em casamentos, é o grupo musical ‘Meninos do Coro’ que faz a banda sonora dos primeiros momentos de um casal, como marido e mulher. O violino está nas mãos de Henrique, que tem quase uma relação simbiótica com ele. “Comecei a tocar quando tinha cinco anos. Os meus pais gostavam e puseram-me a aprender”, relembra. Com três aulas por semana, Henrique encontrou neste instrumento uma verdadeira paixão: “Quando és criança, tudo é difícil. Houve alturas que quis desistir, mas o gosto pela música acabou por levar a melhor.”
Embora o som seja doce e delicado, o trabalho que está por trás da aprendizagem deste instrumento é árduo e não deixa margem para erro. Em alturas de exame, Henrique conta que estudava, pelo menos, uma hora por dia, todos os dias. “Já cheguei a dar aulas aos mais pequenos. Quando encontrava miúdos com apetência natural, era fantástico. Mas exigia muito trabalho”, explica.
“No violino, tenho tudo: os números e o racional, a sensibilidade e o emocional”
São ‘Os Meninos do Coro’, grupo do qual faz parte há já três anos, que mantém as cordas e o arco do violino sempre em movimento. “Somos mais de 50 pessoas, a maioria é voz e temos cerca de 10 instrumentos”, explica. Nos bastidores, existe um coordenador, que vai gerindo os artistas nos eventos. Os noivos são quem decide quantos músicos querem presentes no seu dia. Desde música religiosa a Disney, passando por Senhor dos Anéis, no dia do casamento (quase) tudo é possível: “Para os noivos, é um momento único e mágico. Nós, como pessoas do espetáculo, tentamos sempre estar à altura”.
Agora a viver na Bélgica, Henrique não tenciona desistir do seu companheiro de infância. O engenheiro civil conta-nos que já ponderou seguir a vida artística de forma profissional. Em 2008 candidatou-se à Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, mas faltou-lhe a coragem, momentos antes: “Tive vergonha e acabei por não aparecer às provas. Havia apenas uma vaga e eu achei que não tinha potencial suficiente”. Hoje, diz não estar arrependido, mas as notas do violino continuam a soar-lhe na alma.
Em época natalícia é tempo de solidariedade. “Uma vez por ano, fazemos um concerto do qual as receitas que são geradas revertem para duas instituições: uma em África e outra no Porto”, conta o músico. Ser artista é também ser consciente do Mundo e ter a veia criativa a pulsar. No entanto, nem sempre é fácil improvisar nos momentos de mais pressão. “Há certas músicas que não têm partitura de violino, por isso, preciso de dar aso à imaginação, o que me causa algum desconforto em cima do palco”, confessa o diretor de obra. “A vida de artista é muito incerta e imediata. Trabalhas quando todos estão a divertir-se. Acabas por ser o escape dos outros”, conclui.
Quando questionado sobre a semelhança entre o violino e a engenharia, Henrique não tem dúvidas. Música é matemática. E partituras são palavras. Tudo junto, resulta em arte. “No violino, tenho tudo: os números e o racional, a sensibilidade e o emocional”, corrobora. No final, é o êxtase do público que o alimenta: “Gosto de ouvir os aplausos e consigo perceber quando são sentidos e quando não são.” Para já em stand-by, certamente o violino ocupará algum espaço na mala e no coração de Henrique, neste novo desafio como Diretor de Obra dentro do Grupo Casais.
© 2018 GRUPO CASAIS
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS