Entrevista #10
24 de maio 2016
André Marques
RESPONSÁVEL DE LOGÍSTICA E CONTROLO CUSTOS | TREINADOR DE ANDEBOL
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Com a bola na mão e paixão no coração
Nacionalidade: Portuguesa
Naturalidade: Braga
Idade: 43
Função: Responsável de Logística e Controlo Custos na Undel e na Quadrina
No Grupo Casais desde 2008 (8 anos)
Mercados do Grupo: Angola e Portugal
Impossível esconder o brilho nos olhos.
Impossível disfarçar o regozijo na voz.
Impossível conter toda a excitação que o nome ABC traz a André Marques, responsável de logística e controlo de custos na Undel e na Quadrina.
Está-lhe no sangue, literalmente: avô, pai, irmãos, cunhados, sobrinhos e filhas. Várias gerações, uma só paixão: andebol.
Veste o equipamento desde os oito anos mas, hoje, é na qualidade de treinador de Minis (entre os 9 e os 11 anos) do ABC que pisa o campo. Habituado a equipas femininas, confessa que treinar rapazes é um verdadeiro desafio: “As meninas são mais focadas, não se deixam distrair tanto com brincadeiras e arrufos”. “Por outro lado”, continua, “são mais agressivas e conseguem ter um jogo mais desenvolvido”.
“Quando deixei de jogar foi um período difícil. Já tinha sido campeão e custou-me o afastamento”
Atualmente com uma equipa de 14 rapazes, André sublinha a responsabilidade de treinar na “melhor escola do país” e a necessidade de estabelecer regras desde tenra idade.
Mas nem tudo são ‘obrigações’. E é nos torneios que a magia acontece… As crianças aprendem a jogar, com correções in loco, e o treinador compreende a dinâmica do grupo: “Consigo conhecer melhor os miúdos e acabamos por criar uma ligação muito forte”.
Ao ouvir André, facilmente somos transportados para mundo do andebol. Quase se conseguem ouvir as sapatilhas a dançar pelo pavilhão, o apito do árbitro como banda sonora e o movimento da bancada, completamente imersa no jogo. O seu entusiasmo pelo desporto é quase palpável. E atingiu tal dimensão que acabou por arrastar as duas filhas, de 10 e 13 anos, ambas jogadoras de andebol no JUVMAR.
Da carreira como jogador, André fala com nostalgia no olhar e voz trémula. Desde os oito até aos 20 anos, o seu lugar era bem longe do banco de suplente, na posição de central. “Quando deixei de jogar foi um período difícil. Já tinha sido campeão e custou-me o afastamento”, lamenta. No entanto, para o agora treinador, o andebol é uma paixão que sobreviveu aos anos, a separações e reconciliações e, hoje, a dedicação ao desporto faz-se sentir noutro campo: “Todos os anos há crianças novas a entrar e é interessante vê-las evoluir. Por vezes são tímidas mas, ao longo do tempo, vão-se soltando.”
Também a relação entre companheiros de equipa ocupa um lugar no pódio. As amizades que se criam crescem à velocidade da luz e mantêm-se por anos e anos. São à prova de suor e lágrimas, vitórias e derrotas. Nos Minis, os treinadores são vistos quase como companheiros de brincadeira.
“A nossa função é fazer com que eles gostem do desporto. A competição, nesta fase, não é importante”, afirma com a certeza de que, esta é a forma mais pura de qualquer desporto.
Quando questionado se pretende continuar ligado ao andebol, em André não restam dúvidas. A resposta surge imediata e direta: “Já prometi aos miúdos.” E, como todos sabem, as promessas não se quebram.
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