Entrevista #35

9 de julho 2018

 

Ana Bela Vieira

RESPONSÁVEL DE ESTUDOS E PROPOSTAS | TUNANTE

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‘Gatuna’ que rouba corações

Nacionalidade: Portuguesa

Naturalidade: Suécia

Idade: 46

Função: Responsável de Estudos e Propostas

No Grupo Casais desde 2000

Em que mercados/empresas do Grupo já trabalhaste? Construcasais e Casais Engenharia

 

Lema de vida: O Otimismo deve prevalecer sempre.

Ana Bela nunca ouvira falar de tunas até entrar para a universidade. Dos diversos grupos académicos que encontrou na Universidade do Minho, as Tunas, pela sua sonoridade e espírito deixaram-na rendida. Num dos espetáculos de início do ano letivo 92/93, em conversa, ficou a saber que um grupo de raparigas andava a angariar estudantes para criar uma Tuna Feminina na Universidade do Minho. O interesse falou mais alto e Ana Bela acabou por juntar-se ao grupo.

 

Inicialmente tiveram a ajuda do Chico R, elemento da Tuna Universitária, que as apoiou nos ensaios e ajudou na criação dos seus próprios originais. As Gatunas, com conhecimentos musicais, ensinaram os restantes sendo um "hábito" que perdura até aos dias de hoje. Ana Bela começou por aprender a tocar cavaquinho vendo os acordes nos livros, passando mais tarde para o bandolim sendo, também, solista.

"A Gatuna destacou-se, desde logo, das restantes tunas pela sua sonoridade, estilo musical e pela forma de estar diferente, chamando a atenção do público"

Não dispondo de um local de ensaios, praticavam em cafés. Em 1993 a Universidade cedeu o prédio de D. Pedro V aos diversos grupos musicais e a Gatuna teve, finalmente, a sua sala para ensaiar, criar letras, músicas e até coreografias. Com a ajuda da Reitoria da Universidade, Câmara Municipal de Braga, e outras entidades, angariaram donativos para comprar instrumentos e trajes.

 

E foi assim que um grupo de 21 raparigas fez nascer a Tuna Feminina Universitária do Minho - GATUNA. Uma Tuna feminina surgia, pela primeira vez, na Universidade do Minho. Sendo criada no coração da UMinho, escolheram o símbolo maior da academia minhota para lhes dar o nome - a Gata -, e o verde, umas das cores do brasão da Universidade, para dar cor às meias e forro da capa.

 

A antestreia aconteceu em abril de ‘93, no mítico “Jantar do Autocarro”, que decorreu no Palácio Dona Chica. No mês seguinte fez-se a estreia oficial, nas Monumentais Festas do Enterro da Gata. "A Gatuna destacou-se, desde logo, das restantes tunas pela sua sonoridade, estilo musical e pela forma de estar diferente, chamando a atenção do público", explica Ana Bela.

 

Durante dez anos a Engenheira Civil foi membro ativo da Gatuna tendo sido muitas as viagens, festivais e espetáculos realizados.

 

Com a ingressão no mercado de trabalho, e o nascimento dos filhos, novas prioridades surgiram e, atualmente, não consegue ser um elemento ativo. No entanto, continua ligada e, sempre que possível, participa nas atividades. As experiências que viveram juntas são relembradas sempre que se encontram. Em todos os ensaios, eventos e festivais é um encontro de gerações, de partilha de momentos, experiências e de muita união. Diz-nos, com um brilho nos olhos: “Gostaria que os meus filhos vivessem uma experiência destas.”

 

O Festival de Tunas Femininas - Trovas, que vai já para a sua XXIII edição, é uma das maiores referências da atividade musical da Gatuna, reunindo várias tunas femininas no Theatro Circo. Este festival foi destacado no Iberian Festival Awards 2018, na categoria de Best Academic Festival. A organização deste evento é feita ao longo do ano, são convidadas tunas de todo o país e contaram, já, com a participação de tunas de Espanha, Porto Rico, México, Colômbia e Holanda. Um evento com uma verdadeira diversidade de estilos e culturas.

 

Com a celebração dos 25 anos de Gatuna, foi composta a música "Braguesa" em agradecimento à cidade que a viu nascer, e gravado vídeo em Braga. Um ano recheado de atividades e eventos para comemorar uma data tão importante. Durante os últimos anos foram acumulando várias conquistas... Em 2000 gravaram o disco “Coisas Simples”, onde constam os originais da tuna e os alguns temas adaptados. Até já chegaram ao Spotify! Este ano, receberam o Galardão “A Nossa Terra”, na categoria de Associação Cultural e Recreativa.

 

Ana Bela admite que “é uma experiência que fica para toda a vida. Uma vez Gatuna, Gatuna para sempre. As amizades criadas dentro do grupo tornam-se parte da família… A nossa família verde” conta, emocionada.

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